Eu a amo!
Outro dia estava pensando em como as coisas mudam de uma hora pra outra; Em como você tem ao seu lado as pessoas e bichinhos que você ama (e daria a vida), e no outro dia não tem mais! A morte é triste pra quem fica aqui, sofrendo a saudade e pensando se eles estão bem, se o tal do Paraíso existe, se lá é legal! Se a expressão "passou dessa pra melhor" é real mesmo.
Na minha vida toda (e olha que ela nem é tão grande assim) sofri pequenas e grandes perdas. Das que eu me lembro foram meu bisavô querido; meu lindo cachorro Puppy, minha amada cachorrinha Hully, minha tia fofa Rita, o vô Antônio e a tartaruga Matte
Para muitas pessoas é ridículo sofrer pela morte de um bichinho. Não que eu me importe com a opinião dos outros nesse sentido, mas eu, Gabriela Rezende de Gouveia, não tenho diferença entre o sentimento por quem é "bicho homem" e quem é "bicho bicho". Aliás, já me disseram que sofro mais por bicho do que por um humano, o que é verdade mesmo. Talvez seja pelo fato deles não poderem falar o que sentem, sei lá.
Hoje é dia dos finados, e não tem como não se lembrar de alguém querido que já não está mais aqui. Todos os anos desde pequena meus avós vão ao cemitério para prestar homenagens ao irmão do meu pai, o tio Roberto, que eu não cheguei nem perto de conhecer (aliás, meus pais estavam começando o namoro quando ele faleceu). Então desde pequena eu tive esse respeito com os que já se foram, e gostava de visitar meu tio lá, já que o cemitério parece um grande jardim cheio de flores e árvores (nada daquelas tumbas, mausoléus gigantescos ou aquelas estátuas horríveis), trazendo uma paz mesmo!
Então hoje, dia dos finados, me lembrei muito da minha vidinha Hully, minha pequinês nervosa, zoiúda, gulosa e uma das coisas mais maravilhosas que me fizeram/fazem feliz mesmo não estando aqui comigo!
Ela, que tantas vezes escutou os meus lamentos.
Ela, que me viu crescer, me acompanhou até o aniversário de 18 anos.
Ela, que me ensinou o sentimento mais verdadeiro que alguém pode ter.
Ela, que era um exemplo de vida e de superação.
Ela, que eu amava mais do que tudo (mesmo mordendo todo mundo)
Ela, que tanto eu esperei e desejei ter!
Ela, que é a minha filha-dog amada!
Ela, Hully.
Bright are the stars that shine
Dark is the sky
I know this love of mine
Will never die
And I love her
Paul McCartney – And i love her
Um dia eu cheguei a perguntar se no meu coração existiria espaço para amar outra cachorra além da Hully. Ela foi e sempre será o motivo da minha felicidade, da minha vontade de viver! Era com ela que eu conversava (mesmo sabendo que ela não falaria nada, mas com certeza entendia) sobre tudo o que me chateava, era com ela que eu brincava, tirava fotos (para ela era torturante, ela odiava!), fazia cafuné (era só o que ela pedia), e mais infinitas coisas que não conseguiria descrever em palavras.
Ela se foi…morreu em meus braços depois de dizer meu último "Eu te amo". Depois do dia 20 de agosto de 2009 meus dias foram massacrantes, em partes. Pensei realmente que não conseguiria suportar tanta dor, tanta saudade, tanto choque…foi tão rápido e inesperado! Um dia ela estava dormindo, pedindo cafuné, e no outro estava tomando soro na veia e vivendo através de uma máquina de oxigênio. Ela tentou, tentou se recuperar, tentava comer, mas não conseguia! Claro que não, quem conseguiria lutar contra essa doença maldita? Leptospirose encubada, ela estava bem só na aparência, pois por dentro o organismo tentava lutar contra esse vírus maligno. Digo com a maior certeza do mundo que se não fosse pelo João eu não conseguiria passar por isso, já que todos aqui em casa também estavam muito abalados com a morte da Hully. Sei que ela se foi, mas seu espírito continua aqui ao meu lado, me ajudando a seguir em frente, mostrando que a vida continua, mesmo quando alguém que você ama muito vai embora.
E foi o que ela fez.
Através de um site minha mãe conheceu um criador da raça Pequinês (a raça da Hully), que tinha filhotes recém-nascidos. Vi a foto e me apaixonei! Logo de cara vi ela, fiquei animada, mas não queria pensar tanto nisso, tinha medo de não dar certo, afinal há alguns mêses o João tentou achar uma cachorrinha de porte pequeno para adoção, mas não conseguimos. Tinhamos combinado de chama-la de Olívia, mesmo sem saber qual seria a carinha dela .
Pedi para a minha mãe confirmar que ficariamos com uma fêmea (a única da ninhada), marcamos o local do encontro e esperamos ela desmamar. E então chegou o grande dia (Sábado) onde conheceria a minha Olívia, uma felicidade extrema tomava conta de mim, há tempos não sentia essa sensação em relação a uma nova amiguinha! Chegamos na rodoviária e ficamos fazendo hora, meu amor do nosso lado como sempre, todos ansiosos olhando para os lados…quando finalmente ele chega, e lá está ela…Olívia! Derramei uma lágrima de felicidade quando peguei ela no colo pela primeira vez, tão linda, tão indefesa! Como existem pessoas que maltratam um serzinho tão puro como esse?
Desde então minha vida tomou um "novo" rumo novamente! Não gostava mais de ficar em casa, principalmente no meu quarto (onde a Hully dormiu quando estava doente), e agora não vejo a hora de voltar para casa e ver ela! E como é sapeca! Pesa pouco mais de 800 gramas, nasceu dia 8 de janeiro de 2009. Adora brincar com seus brinquedinhos, e está na fase de achar que tudo ela tem que morder, desde cabos do computador até minhas Melissas (claro que já cuidei de tira-las daqui, rs). Ama dormir de barriga pra cima, lamber o rosto das pessoas, morder os macaquinhos da kipling e odeia que alguém tire o jornal onde ela fez cocô/xixi (quem tira ela vai lá e morde, vai entender!).
E quem disse que meu coração não tem espaço para mais nenhum amor? A Olívia chegou para mostrar que sempre existe uma maneira de ser feliz, até quando você pensa que isso é impossível! Amar a Olívia não significa amar menos a Hully, e vice-versa. Amo a Olívia e sempre amarei a Hully da mesma maneira, com a mesma intensidade!
Desculpem-me pelo texto gigante, mas não é nem 1% do que eu gostaria de falar